"Será que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difíceis termos técnicos? Mas aí que está: esta história não tem nenhuma técnica, nem de estilo, ela é ao deus-dará. Eu que também não mancharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilógrafia."
(CLARICE LISPECTOR, 'A Hora da Estrela')
Em A Hora da estrela, o narrador questiona-se quanto ao modo e, até, à possibilidade de narrar a história. De acordo com o trecho acima, isso deriva do fato de ser ele um narrador
b) pós-moderno, para quem as preocupações de estilo são ultrapassadas.
c) impessoal, que aspira a um grau de objetividade máxima no relato.
d) objetivista, que se preocupa apenas com a precisão técnica do relato.
e) autocrítico, que percebe a inadequação de um estilo sofisticado para narrar a vida popular.
2-(Fuvest-1991)
João Guimarães Rosa, em Sagarana, permite ao leitor observar que:
a) explora o folclórico do sertão.
b) em episódios muitas vezes palpitantes surpreende a realidade nos mais leves pormenores e trabalha a linguagem com esmero.
c) limita-se ao quadro do regionalismo brasileiro.
d) é muito sutil na apresentação do cotidiano banal do jagunço.
e) é intimista hermético.
3-(UEL)
Enquanto o Brasil modernizava-se e industrializava-se, nos anos do chamado "desenvolvimentismo", este romance - sem abrir mão de uma linguagem revolucionariamente moderna - mergulhou fundo tanto nas experiências concretas quanto no imaginário dos homens rústicos de uma região até então pouco representada em nossa literatura.
O período acima refere-se a
a) GABRIELA, CRAVO E CANELA.
b) GRANDE SERTÃO: VEREDAS.
c) MACUNAÍMA.
d) OS SERTÕES.
e) USINA.
4-(UECE)
OBSERVE:
"Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem, não, Deus esteja. Alvejei mira em árvore, no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço; gosto, desde mal em minha mocidade. Daí vieram me chamar. Causa de um bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser-se viu -; e com máscara de cachorro. Me disseram: eu não quis avistar."
(Guimarães Rosa / GRANDE SERTÃO, VEREDAS)
O texto anterior, apesar de curto, contém muitas características do estilo do autor, entre as quais:
É traço do Modernismo brasileiro:
a) o conformismo temático e estilístico
b) rigidez formal, principalmente na poesia
c) apego a temas bíblicos e formas parnasianas
d) liberdade de expressão no conteúdo e na forma
5-(Mackenzie)
"O período de 1930 a 1945 registrou a estréia de alguns dos nomes mais significativos do romance brasileiro. Assim é que, refletindo o mesmo momento histórico e apresentando as mesmas preocupações dos poetas da década de 30, encontramos autores que produzem uma literatura de caráter mais construtivo, de maturidade, aproveitando as conquistas da geração de 1922 e sua prosa inovadora."
Não pertence ao período acima:
a) Clarice Lispector.
b) Rachel de Queiroz.
c) José Lins do Rego.
d) Graciliano Ramos.
e) Jorge Amado.
6-(UEL)
O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora e dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucúia. Toleima. (...) Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda a parte.
O fragmento acima ilustra o tema e o estilo que notabilizaram
a) João Guimarães Rosa.
b) José Lins do Rego.
c) Graciliano Ramos.
d) Jorge Amado.
e) João Cabral de Melo Neto.
7-(UFRS)
GRANDE SERTÃO: VEREDAS rompe com a narrativa conhecida como Romance de 30 e estabelece um novo padrão para a narrativa longa brasileira. Entretanto, a obra de Guimarães Rosa NÃO rompe com
a) a ambientação preferencialmente rural.
b) o foco narrativo na terceira pessoa.
c) a crítica ao latifúndio.
d) a denúncia social.
e) a linguagem enxuta e discreta.
8-(UFRS)
Seus romances, como PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM ou A PAIXÃO SEGUNDO G.H., têm em comum com a obra de Guimarães Rosa a inovação formal e o cuidado com a linguagem.
A afirmativa se refere a
a) Raquel de Queirós.
b) Clarice Lispector.
c) Nélida Piñon.
d) Lya Luft.
e) Ana Miranda.
9-(PUC-MG)
Assinale a alternativa que apresenta correspondência correta entre a temática e o conto de Guimarães Rosa:
a) busca religiosa ("Seqüência")
b) sedução ante a realidade ("As margens da alegria")
c) racismo ("A menina de lá")
d) metalinguagem ("A terceira margem do rio")
e) memorialismo ("Nenhum, nenhuma")
10-(FUVEST)
"Será que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difíceis termos técnicos? Mas aí que está: esta história não tem nenhuma técnica, nem de estilo, ela é ao deus-dará. Eu que também não mancharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilógrafia."
(CLARICE LISPECTOR, 'A Hora da Estrela')
Em A Hora da estrela, o narrador questiona-se quanto ao modo e, até, à possibilidade de narrar a história. De acordo com o trecho acima, isso deriva do fato de ser ele um narrador
a) iniciante, que não domina as técnicas necessárias ao relato literário.
b) pós-moderno, para quem as preocupações de estilo são ultrapassadas.
c) impessoal, que aspira a um grau de objetividade máxima no relato.
d) objetivista, que se preocupa apenas com a precisão técnica do relato.
e) autocrítico, que percebe a inadequação de um estilo sofisticado para narrar a vida popular.
11-(UEL)
No poema MORTE E VIDA SEVERINA, podem-se reconhecer as seguintes características da poesia de João Cabral de Melo Neto:
a) sátira aos coronéis do Nordeste e versos inflamados.
b) experimentalismo concretista e temática urbana.
c) memorialismo nostálgico e estilo oral.
d) personagens da seca e linguagem disciplinada.
e) descrição de paisagens e intenso subjetivismo.
12-(UNITAU)
Nesse poeta se reconhece grande apuro formal; é o autor de "A Educação pela Pedra", "Uma Faca só Lâmina", "Morte e Vida Severina". É seu o poema "Tecendo a Manhã":
“Um galo sozinho não tece uma manhã: / ele precisará sempre de outros galos. / De um que apanhe esse grito que ele / e o lance a outro; de um outro galo / que apanhe o grito que um galo antes /e o lance a outro; e de outros galos/ que com muitos outros galos se cruzem /os fios de sol de seus gritos de galo, / para que a manhã”,
desde uma tênue teia tênue, / se vá tecendo, entre todos os galos (...)"
Trata-se de:
a) Vinícius de Moraes.
b) João Cabral de Melo Neto.
c) Cassiano Ricardo.
d) Augusto dos Anjos.
e) Guilherme de Almeida.
13-(FEI)
Leia com atenção:
"Trata-se do último livro publicado par Clarice Lispector, em vida, em 1977. A personagem protagonista é Macabea que acumula em seu corpo franzino todas as formas de repressão cultural, o que a deixa alheada de si e da sociedade."
1. Assinale a alternativa sem desinência modo-temporal:
a) aplaudias; c) faltarás; b) acordo;
d) vendam; e) cobrasses.
2. Assinale o INCORRETO quanto à análise mórfica da forma verbal
DEIXARA:
a) deix - radical;
b) a - (o primeiro) - vogal temática;
c) deixa - tema;
d) ra - desinência modo-
temporal;
e) a - (o segundo) - desinência número-pessoal.
3. Marque as alternativas em que a palavra apresente consoante ou vogal
de ligação:
A) infelicidade
B) capinzal
C) casebre
D) cabeleira
E) costureira
4. Marque a única alternativa que apresenta uma afirmação incorreta
quanto à segmentação mórfica.
A) em apostilA, temos destacada uma vogal temática.
B) em tabacARIA, temos uma desinência modo-temporal.
C) em pauLada, temos uma consoante de ligação.
D) peru trata-se de um nome atemático.
E) em alvarÁ, temos uma vogal temática.
05. Os elementos mórficos sublinhados estão corretamente classificados
nos parênteses, exceto em:
a) aluna (desinência de gênero);
b) estudássemos (desinência modo-temporal);
c) reanimava (desinência número-pessoal);
d) deslealdade (sufixo);
e) agitar (vogal temática).
6. Tendo em vista a estrutura das palavras, o elemento sublinhado está ncorretamente
classificado nos parênteses em:
a) velha (desinência de gênero);
b) legalidade (vogal de ligação);
c) perdeu (tema);
d) organizara (desinência modo-temporal);
e) testemunharei (vogal temática).
7. "Achava natural que as gentilezas da esposa chegassem a cativar
um homem". Os elementos constitutivos da forma verbal grifada estão
analisados corretamente, exceto:
Para Evanildo Bechara, em seu emprego clássico, o pretérito mais-que-perfeito "denota uma ação anterior a outra já passada"1, e isso se pode observar com facilidade em exemplo de autor inquestionável: "No dia seguinte, antes de me recitar nada, explicou-me o capitão que só por motivos graves abraçara a profissão marítima..." (Machado de Assis).
Em segunda possibilidade de emprego, o pretérito mais-que-perfeito pode, sem correlação com outra ação passada, denotar um fato vagamente situado no passado, como se dá no seguinte exemplo: "Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos" (Monteiro Lobato).
O futuro do pretérito é usado:
1. Para falar de um acontecimento futuro em relação a outro, já
ocorrido:
Marta falou que não chegaria para o almoço.
Achávamos que eles trariam o jantar.
“Perguntaram a Cupido, que ali estava,
Qual de aquelas três flores tomaria
Por mais suave e pura, e mais formosa.” (Camões,1981)
Ele garante que poderia fazer o dever de casa.
Ele dirá ao chefe que conseguiria realizar o serviço.
2. Para falar sobre um fato que poderá ou não ocorrer, dependendo de determinada
condição. Tais sentenças condicionadas (if senteces) vêm sempre acompanhadas de
outra, cujo verbo principal é conjugado no imperfeito do subjuntivo:
Se pudesse escolher, quem você levaria para uma ilha deserta?
Eu nunca faria isso se eu fosse você.
3. Para falar sobre fato incerto, fazendo hipóteses ou suposições:
Quem seria aquela mulher toda agasalhada em pleno verão do Rio de
Janeiro?
João anda muito estranho. Estaria preocupado com algo?
4. Para falar com surpresa ou indignação sobre um evento:
Surpresa: Eles se divorciaram de uma hora para outra? Pareciam tão
felizes juntos! Quem diria!
Eles viajarão de avião tendo tanto medo de voar? Jamais imaginaria
isso.
Indignação: O quê? Ela rouba todo o dinheiro da mãe? Ela não faria uma
coisa dessas!
5. Para dar sugestões e fazer pedidos de maneira mais educada:
Tenho notado que você sempre chega atrasado à aula. Acho que você
deveria acordar mais cedo.
Por favor, você poderia repetir o que acaba de dizer?
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para
com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2°
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e
as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma,
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião
política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou
de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção
fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do
território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território
independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3°
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal.
Artigo 4°
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão;
a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5°
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
Artigo 6°
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento,
em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.
Artigo 7°
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção,
têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
Artigo 8°
Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as
jurisdições nacionais competentes contra os atos que violem os direitos
fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo 9°
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou
exilado.
Artigo 10°
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a
que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal
independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das
razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11°
1.Toda a pessoa acusada de um ato delituoso
presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no
decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa
lhe sejam asseguradas.
2.Ninguém será condenado por ações ou omissões que,
no momento da sua prática, não constituíam ato delituoso à face do direito
interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do
que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi cometido.
20)Os críticos podem dizer que determinado poema,
longamente ritmado, não quer, afinal, dizer senão que o dia está bom. Mas
dizer que o dia está bom é difícil, e o dia bom, ele mesmo, passa. Temos
pois que conservar o dia bom em memória florida e prolixa, e assim
constelar de novas flores ou de novos astros os campos ou os céus da
exterioridade vazia e passageira.