segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Respostas – 2ª FASE DO MODERNISMO



Respostas – MODERNISMO - Geração de 1930

1) (FUVEST) Em determinada época, o romance brasileiro "procurou (...) enraizar fortemente as suas histórias e os seus personagens em espaços e tempos bem circunscritos, extraindo de situações culturais típicas a sua visão do Brasil."
                        ( Alfredo Bosi )
                       
Esta afirmação aplica-se a
a) Vidas Secas e Fogo Morto.
b) Macunaíma e A Hora da Estrela.
c) A Hora da Estrela e Serafim Ponte Grande.
d) Fogo Morto e Serafim Ponte Grande.
e) Vidas Secas e Macunaíma.

2) (UNITAU) O estilo conciso, a linguagem sóbria, a técnica da interiorização e a análise psicológica caracterizam-no, principalmente em sua obra "Angústia".
Trata-se de:
a) Jorge Amado.
b) Érico Veríssimo.
c) Graciliano Ramos.
d) José Lins do Rego.
e) Clarice Lispector.

3) (UFPE) " A natureza representou a afirmação do nacionalismo brasileiro, nos períodos romântico e modernista."
Partindo deste pressuposto, assinale a alternativa incorreta.
a) "O exotismo e a exuberância da natureza brasileira tanto inspiraram os autores românticos quanto os modernistas."
b) "O ufanismo nacionalista foi explorado no Romantismo, enquanto no Modernismo havia, para o nacionalismo, uma perspectiva crítica."
c) "Para os românticos, a natureza exerceu profundo fascínio; nela eles viam a antítese da civilização que os oprimia."
d) "No Modernismo, os princípios nacionalistas defendidos por seus representantes incluíam o culto à natureza, comprometido com a visão européia de mundo."
e) "Nas várias tendências do movimento modernista, a natureza não se apresenta transfigurada, mas real. Os modernistas não se consideravam nacionalistas exaltados só pelo simples fato de serem brasileiros. Antes de mais nada, não tinham medo de falar dos males do Brasil."

4) (UFPE) Nos poemas, contos e romances cuja temática é nordestina, a literatura moderna apresenta a NATUREZA quase sempre inóspita, agressiva. Qual dos fragmentos não justifica esta afirmação?

a) "Chegariam a uma terra desconhecida e civiliza-da, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos como Fabiano, sinhá Vitória e os dois meninos."            (Graciliano Ramos, em "VIDAS SECAS").
b) "Há uma miséria maior do que morrer de fome    no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã."     (José Américo de Almeida, em "A BAGACEIRA")
c) "Tirei mandioca de chãsque o vento vive a esfolare de outras escalavradaspela seca faca solar"     (João Cabral de Melo Neto, em "MORTE E VIDA SEVERINA")
d) "Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de retirantes se arranchara (...) Em toda a extensão da vista, nem uma outra árvore surgia. Só aquele velho juazeiro, devastado e espinhento, verdejaria a copa hospitaleira na desolação cor de cinza da paisagem "         (Rachel de Queiroz, em "O QUINZE")
e) "Este açúcar veiode uma usina de açúcar em Pernambuco(...)Este açúcar era canae veio dos canaviais extensosque não nascem por acasono regaço do vale."    (Ferreira Gullar em "O AÇÚCAR")

5) (UEL) Na década de 30, revelaram-se escritores que souberam revitalizar as conquistas estéticas e culturais da primeira fase do Modernismo, tais como os autores de
a) SAGARANA e LAÇOS DE FAMÍLIA.
b) MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE JOÃO MIRAMAR e CONTOS NOVOS.
c) TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA e CANAÃ.
d) MENINO DE ENGENHO e O QUINZE.
e) PAULICÉIA DESVAIRADA e MARTIM-CERERÊ.

6) (UNESP) A partir da leitura dos seguintes poemas, assinale a alternativa INCORRETA com relação ao Modernismo.

I - VÍCIO DA FALA
"Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados."
                        (Oswald de Andrade)

II - POEMA DO BECO
"Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco."
                        (Manuel Bandeira)

III - FESTA FAMILIAR
"Em outubro de 1930
Nós fizemos - que animação!
Um pic-nic com carabinas."
                        (Murilo Mendes)

IV - COTA ZERO
"Stop
A vida parou
ou foi o automóvel?"
                        (Carlos Drummond de Andrade)

a) Os poemas quando não se fixam em uma cena da vida cotidiana podem refletir sobre a nossa história com muito humor e ironia.
b) Predomínio do verso livre e cultivo de uma poesia sintética.
c) Introdução da fala popular e elementos característicos da prosa.
d) Os poemas mostram claramente uma ruptura com os códigos literários anteriores na forma; no conteúdo buscam penetrar mais fundo na realidade brasileira.
e) As experiências de linguagem desses poemas modernistas tentam resgatar o formalismo e a riqueza sonora da poesia parnasiana.

7) (UECE) É traço do Modernismo brasileiro:
a) o conformismo temático e estilístico
b) rigidez formal, principalmente na poesia
c) apego a temas bíblicos e formas parnasianas
d) liberdade de expressão no conteúdo e na forma

8) (CESGRANRIO) Toda época literária mantém um diálogo com fases anteriores, tanto em relação à escolha temática quanto em relação ao aproveitamento de recursos formais. Qual a observação INCORRETA na relação entre os estilos de época?
a) A poesia da década de 1930 filia-se à experiência do Parnasianismo.
b) O romance de 30 aprofunda a perspectiva do Realismo.
c) A poesia concreta valoriza os processos lúdicos do Barroco.
d) O Modernismo de 22 redimensiona a preocupação nacionalista do Romantismo.
e) A poesia de 45 rompe com a liberdade formal do Modernismo.

9) (FAAP) Texto I

"Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
            Gonçalves Dias

Texto II

Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
                        Murilo Mendes

O texto II pertence ao estilo de época do:
a) modernismo
b) dadaísmo
c) futurismo
d) pré-modernismo
e) simbolismo

10) (PUCMG)
"O poeta come amendoim"
                        (A Carlos Drummond de Andrade)

Noites pesadas de cheiros e calores  amontoados...
Foi o sol que por todo o sítio imenso do Brasil
Andou marcando de moreno os brasileiros.

Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer...
(...)

A gente ainda não sabia se governar...
Progredir, progredimos um tiquinho
Que o progresso também é uma fatalidade...
Será o que Nosso Senhor quiser!...
Estou com desejos de desastres...
(...)

Brasil...
Mastigado na gostosura quente do amendoim
Falando numa língua curumim
De palavras incertas num remeleixo melando melancólico...
Saem lentas frescas trituradas pelos meus dentes bons...
                                               (Mário de Andrade)

O texto dado pertence ao estilo de época Modernismo, porque:
a) revela que a literatura absorveu a linguagem coloquial.
b) apresenta pontuação expressiva como um texto romântico, herança fundamental do estilo.
c) exalta a inspiração poética em detrimento do trabalho poético.
d) evidencia ufanismo com crítica mordaz.
e) comprova o vínculo com o passado no que se refere aos aspectos formais.

11) (UFRS) Assinale a afirmação correta sobre o Romance de 30.
a) Predominou, entre os autores, uma preocupação de renovação estética seguindo os padrões da vanguarda literária européia.
b) Na obra de José Lins do Rego, predomina a narrativa curta na recriação do modo de vida dos senhores de engenho.
c) Os autores, em suas obras, tematizaram os problemas sociais com o intuito de denunciar as agruras das populações menos favorecidas.
d) O caráter regionalista dos romances deste período deve-se à reprodução fiel do linguajar típico de cada região.
e) A obra de Jorge Amado pode ser considerada uma exceção, no conjunto da época, porque seus romances apresentam uma grande inovação na estrutura narrativa.

12) (MACKENZIE) Assinale a alternativa na qual aparece um trecho que NÃO pode ser creditado a qualquer escritor da prosa modernista dos anos trinta.
a) Já não pareciam condenados a trabalhos forçados: assimilavam o interesse da produção. E o senhor de engenho premiava-lhes as iniciativas adquirindo-lhes os produtos a bom preço.

b) Clape-clape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco. Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano.

c) Toda gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu barbicado puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas.

d) Explico ao senhor: o diabo vive dentro do homem, os crespos do homem - ou é o homem arruinado, ou o homem dos avêssos. Sôlto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! - é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco - é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Êste caso - por estúrdio que me vejam - é de minha certa importância.

e) Antônio Balduíno fala. Ele não está fazendo discurso, gente. Está é contando o que viu na sua vida de malandro. Narra a vida dos camponeses nas plantações de fumo, o trabalho dos homens sem mulheres, o trabalho das mulheres nas fábricas de charuto. Perguntem ao Gordo se pensarem que é mentira. Conta o que viu. Conta que não gostava de operário, de gente que trabalhava.

Respostas - Realismo/Naturalismo - FUVEST - UNICAMP - UNESP - ITA - PUC


Questões Realismo


Fuvest

Ao criticar "O Primo Basílio", Machado de Assis afirmou: "(...) a Luísa é um caráter negativo, e no meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere que uma pessoa moral."
Títere é um boneco mecânico, acionado por cordéis controlados por um manipulador. Nesse sentido, as personagens que, principalmente, manipulam Luísa, determinando-lhe o modo de agir, são:
a) Basílio e Juliana.
b) Jorge e Justina.
c) Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana.
d) Basílio, Leopoldina e Conselheiro Acácio.
e) Jorge e Leopoldina.

Luísa espreguiçou-se. Que seca ter de se ir vestir! Desejaria estar numa banheira de mármore cor-de-rosa, em água tépida, perfumada e adormecer! Ou numa rede de seda, com as janelinhas cerradas, embalar-se, ouvindo música!(...)
            Tornou a espreguiçar-se. E saltando na ponta do pé descalço, foi buscar ao aparador por detrás de uma compota um livro um pouco enxovalhado, veio estender-se na "voltaire", quase deitada, e, com o gesto acariciador e amoroso dos dedos sobre a orelha, começou a ler, toda interessada.
            Era a "Dama das Camélias". Lia muitos romances; tinha uma assinatura, na Baixa, ao mês.

Nesse excerto, o narrador de "O primo Basílio" apresenta duas características da educação da personagem Luísa que serão objeto de crítica ao longo do romance.
a) Quais são essas características?
b) Explique de que modo elas contribuem para o destino da personagem.

a) Passividade indolente e gosto pela literatura romântica.

b) O mundo de sonhos dos românticos, cheio de aventuras, incentiva Luísa a cometer adultério e sua indolência afronta Juliana, que a chantageia.


Com essa história enjoada de traiu ou não traiu, de Capitu ser anjo ou demônio, o leitor de Dom Casmurro acaba se esquecendo do fundamental: as memórias são do velho narrador, não da mulher, e o autor é Machado de Assis, e não um escritor romântico dividido entre mistérios.
Aceitas as observações anteriores, o leitor de Dom Casmurro deverá
a) identificar o ponto de vista de Capitu, considerando ainda o universo próprio da ficção naturalista.
b) reconhecer os limites do tipo de narrador adotado, subordinando-o ao peculiar universo de valores do autor.
c) aceitar os juízos do velho narrador, por meio de quem se representa a índole confessional de Machado de Assis.
d) rejeitar as acusações do jovem Bentinho, preferindo-lhes a relativização promovida pelo velho narrador.
e) relativizar o ponto de vista da narração, cuja ambigüidade se deve à personalidade oblíqua de Capitu.



Ao criticar "O Primo Basílio", Machado de Assis afirmou: "(...) a Luísa é um caráter negativo, e no meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere que uma pessoa moral."
Títere é um boneco mecânico, acionado por cordéis controlados por um manipulador. Nesse sentido, as personagens que, principalmente, manipulam Luísa, determinando-lhe o modo de agir, são:
a) Basílio e Juliana.
b) Jorge e Justina.
c) Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana.
d) Basílio, Leopoldina e Conselheiro Acácio.
e) Jorge e Leopoldina.

Assinalar a afirmação correta a respeito de O Ateneu, romance de Raul Pompéia:
a) romance de formação que avalia a experiência colegial, por meio de Sérgio, alter-ego do autor.
b) romance romântico que explora as relações pessoais de adolescentes no colégio, acenando para o homossexualismo latente.
c) romance naturalista que retrata a tirania do diretor do colégio e o maternalismo de sua mulher para com os alunos.
d) romance realista que apresenta um padrão de excelência da escola brasileira do final do império.
e) romance da escola do Brasil no final do império, cuja falência vem assinalada pelo incêndio do prédio, no final da narrativa.

A narração dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance "Dom Casmurro", de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela se apresenta:
a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade;
b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador;
c) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador;
d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade;
e) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los.

Assinalar a alternativa que transcreve passagem do romance "Quincas Borba", de Machado de Assis:
a) "Era o 'Quincas Borba', o gracioso menino de outro tempo, o meu companheiro de colégio, tão inteligente e abastado. Quincas Borba!"
b) "Saberia Rubião que o nosso Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice, que um médico supôs achar-lhe? Seguramente, não; tinha-o por homem esquisito."
c) "Era tarde para mandar o camarote a Escobar; saí, mas voltei no fim do primeiro ato. Encontrei Escobar à porta do corredor."
d) "Sim, a lamparina ia morrendo, mas ainda podia dar luz ao regresso de Paulo. Quando Flora o viu entrar e ajoelhar-se outra vez, ao pé do irmão, e ambos dividirem entre si as mãos dela, mansos e cordatos, ficou longamente atônita."
e) "Tristão e Fidélia desceram hoje e Aguiar os foi buscar à Prainha. Dali vieram almoçar ao Flamengo, onde D. Carmo esperava os recém-casados e os abraçou cheia de coração."



Unicamp

No capítulo VII de O ATENEU, ao descrever a exposição de quadros dos alunos do colégio, o narrador assim se refere aos sentimentos de Aristarco:

            "Não obstante, Aristarco se sentia lisonjeado pela intenção. Parecia-lhe ter na face a cocegazinha sutil do creion passando, brincando na ruga mole da pálpebra, dos pés-de-galinha, cortando a  concha da orelha, calcando a comissura dos lábios, entrevista na franja pelas dobras oblíquas da pele do nariz, varejando a pituitária, extorquindo um espirro agradável e desopilante."

a) A que intenção se refere o narrador?
b) Quais características de Aristarco estão sugeridas neste comentário do narrador?
c) Lendo esta descrição você considera que o narrador compartilha dos mesmos sentimentos de Aristarco? Justifique.

a) A vaidade lisonjeira de ver grafado seu próprio rosto.

b) A vaidade, o engodo, o orgulho e a felicidade de ser o diretor do Ateneu.

c) Não, Sérgio, o narrador, ironiza os sentimentos de Aristarco, pois através do diretor satiriza seu próprio pai e a sociedade em que vive.


UNESP

Jorge foi heróico durante toda essa tarde. Não podia estar muito tempo na alcova de Luísa, a desesperação trazia-o num movimento contraditório; mas ia lá a cada momento, sorria-lhe, conchegava-lhe a roupa com as mãos trêmulas; e como ela dormitava, ficava imóvel a olhá-la feição por feição, com uma curiosidade dolorosa e imoral, como para lhe surpreender no rosto os vestígios de beijos alheios, esperando ouvir-lhe nalgum sonho da febre murmurar um nome ou uma data; e amava-a mais desde que a supunha infiel, mas dum outro amor, carnal e perverso. Depois ia-se fechar no escritório, e movia-se ali entre as paredes estreitas, como um animal numa jaula. Releu a carta infinitas vezes, e a mesma curiosidade roedora, baixa, vil, torturava-o sem cessar: Como tinha sido? Onde era o Paraíso? Havia uma cama? Que vestido levava ela? O que lhe dizia? Que beijos lhe dava?

                        (in O PRIMO BASÍLIO - OBRAS COMPLETAS - I. Porto: Lello & Irmãos, s/d, p.1150.)

No trecho apresentado, o narrador descreve as reações de Jorge, que vive num conflito íntimo entre a piedade e o ódio: tem de cuidar da esposa Luísa, muito doente, embora tenha sabido, pela leitura de uma carta, que ela o traíra com Basílio. Nestas poucas linhas se podem perceber várias características da ficção realista. Aponte duas dessas características.

Aponte como manifestação carnal, personagens comparados a animais.



ITA

As afirmações a seguir referem-se à obra "Dom Casmurro":

I) Bento Santiago ora manifesta certa condescendência diante do espetáculo do mundo, apreciando certos prazeres da vida, ora demonstra seu desencanto em reflexões melancólicas sobre a realidade.
II) Explica-se a obra a partir da vida do autor: o desencanto diante da vida que ele deixa transparecer é o resultado de sua recusa em assumir a condição de mulato. Apesar disso, Machado apresenta com pouca profundidade e com bastante dubiedade a sociedade carioca e brasileira do século XIX, visto que expõe superficialmente sua estrutura de classes e seus mecanismos de poder.
III) O rompimento representado por esta obra em relação à narrativa brasileira anterior ao seu aparecimento é bastante claro no plano da linguagem, da temática e da estrutura narrativa.

Est(á) (ão) correta(s):
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e III
d) Apenas II e III
e) Todas


OS CÃES

            - Lutar. Podes escachá-los ou não; o essencial¢ é que lutes. Vida é luta. Vida SEM LUTA£ é um mar morto no centro do organismo universal.
            DAÍ A POUCO demos COM UMA BRIGA de cães¤; fato que AOS OLHOS DE UM HOMEM VULGAR não teria valor. Quincas Borba fez-me parar e observar os cães. Eram dois. Notou que ao pé deles¥ estava um osso, MOTIVO DA GUERRA, e não deixou de chamar a minha atenção para a circunstância de que o osso não tinha carne. Um simples osso nu. Os cães mordiam-se¢, rosnavam, COM O FUROR NOS OLHOS... Quincas Borba meteu a bengala DEBAIXO DO¦ BRAÇO, e parecia EM ÊXTASE.
            - Que belo que isto é! dizia ele de quando em quando.
            Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele estava arraigado AO CHÃO, e só continuou A ANDAR, quando a briga cessou£ INTEIRAMENTE, e um dos cães, MORDIDO e vencido, foi levar a sua fome A OUTRA PARTE. Notei que ficara sinceramente ALEGRE, posto§ contivesse a ALEGRIA, segundo convinha a um grande filósofo. Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do alimento era nada para os efeitos gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em algumas partes do globo o espetáculo é mais grandioso: as criaturas humanas é que disputam¤ aos cães os ossos e outros manjares menos APETECÍVEIS; luta que se complica muito, porque entra em ação a inteligência do homem, com todo o acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos etc.

As três afirmações a seguir podem estar corretas ou incorretas. Após ler atentamente o texto e as afirmações propostas, assinale a alternativa certa.

I- Embora irônico e crítico, o narrador, sensibilizado pelas reações positivas de Quincas Borba, torna-se um otimista.
II- Segundo o narrador-personagem, na observação de um fenômeno convém a um filósofo comedimento, empenho e emoção.
III- A cena não apenas provoca em Quincas Borba reações de prazer e alegria mas também desperta-lhe a observação e a reflexão crítica.

a) Todas estão corretas.
b) Apenas a I está correta.
c) Apenas a II está correta.
d) Apenas a III está correta.
e) Todas são incorretas.

Algumas características presentes no texto "Os Cães" permitem reconhecer nele um excerto de "________", romance que se constitui em sátira, velada por uma ironia olímpica e um humor à inglesa, às instituições burguesas, em torno de sua chaga maior, o adultério.
a) "Memórias Póstumas de Brás Cubas"
b) "D. Casmurro"
c) "Esaú e Jacó"
d) "Angústia"
e) "NDA"


Em DOM CASMURRO, o narrador machadiano
a) registra, de forma comovente, as memórias de sua adolescência, na qual veio a conhecer e a perder o grande amor de sua vida.
b) rememora, de forma lírica, uma paixão antiga, que lhe valeu a ruptura definitiva com sua família conservadora.
c) rememora, com ressentimento, as origens, o desenvolvimento e o fim de uma paixão, destruída pelo ciúme.
d) recupera, em tom trágico, a história de seu grande amigo, traído pela mulher fútil e aventurosa.
e) registra, com ironia, a impiedade de seus injustificáveis ciúmes pela mulher cuja inocência tardiamente reconhece.



PUC - O trecho acima é o início do romance O ATENEU, de Raul Pompéia. Considerando esta obra como um todo, constatamos nela uma perfeita correspondência entre a sociedade do Ateneu e a sociedade de fora dele, porque:
a) em ambas, os valores sociais, éticos e morais são irrepreensíveis.
b) a figura afável do diretor de escola equivale à do pai de família.
c) tanto na escola quanto na família a criança se sente "na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico".
d) escola e sociedade completam eficazmente a educação da criança e a preparam para a vida.
e) o internato é um pequeno mundo que reflete a sociedade e seus desequilíbrios.


O texto II é parte da fala do narrador no 1¡. capítulo de "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Comparando-o com a fala de Paulo Honório, no último capítulo de "São Bernardo" (texto I), é correto afirmar que
a) ambas as personagens tentam recuperar o passado através do relato da própria vida, valendo-se, para tanto, da narrativa em primeira pessoa.
b) a lembrança da mulher amada, presente em ambos os relatos, desencadeia as duas narrativas que, intencionalmente, são feitas em terceira pessoa.
c) ambas as personagens, sentindo o peso da velhice, voltam-se para o passado, numa ávida tentativa de recuperar a alegria e a tranqüilidade da juventude. Para tanto, valem-se da narrativa em primeira pessoa.
d) a insônia, causada pelo remorso de uma vida que poderia ter sido e que não foi, leva ambas as personagens a permanecerem acordadas. E, para passar o tempo, escrevem. A narrativa é feita em terceira pessoa já que se trata de um narrador onisciente, isto é, que conhece os fatos na sua totalidade.
e) perseguidos pela sombra do passado e angustiados pela solidão, ambos os narradores recorrem à narrativa para afastar seus fantasmas. Utilizam-se, para isso, da narrativa em primeira pessoa, que lhes permite um distanciamento maior.


Assinale as proposições CORRETAS sobre o livro QUINCAS BORBA de Machado de Assis.

01. É um livro autobiográfico que mostra a relação entre estudantes de um internato. A fixação de Sérgio (aluno) por Ema (esposa do diretor) é uma apresentação clara do Complexo de Édipo.
02. Palha é o nome do marido FLEXÍVEL de Sofia (palavra que em grego significa sabedoria), que astuciosamente o traía sem se comprometer.
04. O HUMANITISMO é uma versão irônica do POSITIVISMO, filosofia que estava em moda no tempo de Machado de Assis.
08. A preocupação do autor é salientar que de um lado está o povo (conglomerado humano); de outro, o poder. O preconceito de cor é disfarce para ocultar o preconceito econômico.
16. AO VENCEDOR AS BATATAS é uma das frases do HUMANITISMO, filosofia definida por Rubião.

Soma (       2+4=6   )


Tomando em consideração seus romances, é correto afirmar que Machado de Assis
a) faz de 'Memórias póstumas de Brás Cubas' o primeiro romance naturalista brasileiro, ao descrever em detalhes o processo de decomposição do corpo de Brás Cubas.
b) explícita em 'Quincas Borba' sua teoria do Humanitismo, a qual serve de justificativa para a atitude arrivista de Rubião e sua ascensão social baseada na trapaça e na sedução.
c) estabelece ele próprio as bases da polêmica sobre a fidelidade de Capitu a Bentinho ao adotar em 'Dom Casmurro' um personagem-narrador parcial e desconfiado.
d) discute em 'Esaú e Jacó' os dilemas religiosos da sociedade brasileira do século passado, baseada numa população majoritariamente umbandista, mas fiel à herança judaico-cristã.
e) aproveita a aposentadoria do Conselheiro Aires, personagem de 'Esaú e Jacó', para, no 'Memorial de Aires', fazê-lo relembrar suas aventuras picarescas entre a senzala e a igreja.



DO TÍTULO
1          Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
2          - Continue, disse eu acordando.
3          - Já acabei, murmurou ele.
4          - São muito bonitos.
5          Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam de meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: "Dom Casmurro, domingo vou jantar com você." - "Vou para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo." - "Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça."
6          Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores: alguns nem tanto.
            (Machado de Assis, DOM CASMURRO. Rio de Janeiro, Aguilar, cap. I)

A obra de Machado de Assis oferece um painel bastante rico da cultura e da sociedade urbanas brasileiras da época. Assinale o aspecto que NÃO é abordado nesse texto:
a) os hábitos sociais e culturais valorizados pela média e alta burguesia.
b) as normas de cordialidade que orientam a convivência das pessoas.
c) a vaidade pessoal ferida e o decorrente reflexo nas relações sociais.
d) a pouca valorização da produção literária da época.
e) a despretensão das conversas sociais ditas "informais".

O esclarecimento dos sentidos da palavra "casmurro" indica, em Machado de Assis:
a) a valorização de um modelo narrativo pautado pela fidelidade à realidade.
b) a tendência de refletir e comentar a respeito da própria escrita.
c) a preocupação em criar um estilo despojado, direto e simples.
d) a intenção de, através da erudição, educar o seu leitor.
e) a consciência da dificuldade de sua narrativa para o leitor da época.


Assinale a interpretação CORRETA da técnica narrativa e dos recursos expressivos empregados no texto:
a) "pode ser que não fosse"; "não achei melhor": expressões de caráter vago e impreciso, indicando a personalidade insegura do narrador.
b) "falou da lua e dos ministros": combinação inusitada de termos de áreas semânticas diferentes, traduzindo a visão crítica do narrador.
c) "O meu poeta (...) ficará sabendo que não lhe guardo rancor": pronome possessivo suspendendo o tom irônico e enfatizando uma intimidade afetuosa.
d) "Tudo por estar cochilando!": exclamação que introduz o discurso indireto livre, mediante o qual o narrador exprime seus sentimentos.
e) "Vou para Petrópolis (...)"; "Meu caro Dom Casmurro": transcrição de bilhetes para melhor caracterizar os personagens.


Óbito do Autor
"Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo."

Comparando-se o primeiro capítulo de DOM CASMURRO ao início do primeiro capítulo de MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, anteriormente transcrito, NÃO se pode afirmar que:
a) ambos os textos se desenvolvem estabelecendo uma relação direta com o título.
b) em MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS observa-se uma temática insólita, ausente de DOM CASMURRO.
c) os personagens Brás Cubas e Dom Casmurro assemelham-se quanto à propensão ao estilo dubitativo, reticente.
d) a auto-ironia faz com que ambos os personagens se afastem do modelo idealizado de herói romântico.
e) o ponto de vista é de primeira pessoa, mas apenas o protagonista Brás Cubas é narrador e pseudo-autor do texto.

Durante este período de depressão contemplativa uma coisa apenas magoava-me: não tinha o ar angélico do Ribas, não cantava tão bem como ele. Que faria se morresse, entre os anjos, sem saber cantar?
            Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. Boca sem lábios, de velha carpideira, desenhada em angústia - a súplica feita boca, a prece perene rasgada em beiços sobre dentes; o queixo fugia-lhe pelo rosto, infinitamente, como uma gota de cera pelo fuste de um círio...
            Mas, quando, na capela, mãos postas ao peito, de joelhos, voltava os olhos para o medalhão azul do teto, que sentimento! que doloroso encanto! que piedade! um olhar penetrante, adorador, de enlevo, que subia, que furava o céu como a extrema agulha de um templo gótico!
            E depois cantava as orações com a doçura feminina de uma virgem aos pés de Maria, alto, trêmulo, aéreo, como aquele prodígio celeste de garganteio da freira Virgínia em um romance do conselheiro Bastos.
            Oh! não ser eu angélico como o Ribas! Lembro-me bem de o ver ao banho: tinha as omoplatas magras para fora, como duas asas!

            (O ATENEU. Raul Pompéia)
Dos comentários que se fazem de "O ATENEU" assinale o falso:
a) misto de ficção e memória, pendente entre diário e romance, gira em torno das experiências sofridas por um menino ingênuo no internato de Aristarco Argolo de Ramos.
b) sem haver propriamente um enredo, mas justaposição de quadros, vão desfilando diante de nós as personagens e situações de um colégio em que a hipocrisia esconde toda gama de baixeza.
c) Diretor e senhora (Dª Ema), professores e estudantes, todos vivem numa atmosfera saturada e postiça forjada pela vaidade de Aristarco.
d) a sucessão de flagrantes impressionistas termina com o incêndio do colégio, ateado pelo estudante Américo.
e) O Ateneu distingue-se na história de nossa ficção por uma série de aspectos originais, entre eles, o realismo exterior tal qual o de Aluísio Azevedo em "O CORTIÇO".


Leia as afirmações a seguir:

I - DOM CASMURRO, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS e QUINCAS BORBA são romances narrados em primeira pessoa.
II - "Helena" e "Iaiá Garcia" encaixam-se na primeira fase dos romances machadianos, apresentando ainda alguns aspectos ligados ao Romantismo.
III - Há exemplos do pessimismo e da ironia de Machado de Assis tanto em seus romances como em seus contos.

Assinale:
a) se todas estiverem corretas.
b) se apenas II e III estiverem corretas.
c) se apenas II estiver correta.
d) se apenas III estiver correta.
e) se todas estiverem incorretas.




Parnasianismo

ITA - Leia com atenção as, duas estrofes a seguir e compare-as quanto ao conteúdo e à forma.
                                               I
"Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo que a ninguém fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego."
                                               II
"Do Sonho as mais azuis diafaneidades
que fuljam, que na Estrofe se levantem
e as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem."

Comparando as duas estrofes, conclui-se que:
a) I é parnasiana e II, simbolista.
b) I é simbolista e II, romântica.
c) I é árcade e II, parnasiana.
d) I e II são parnasianas.
e) I e II são simbolistas.



Com a poesia parnasiana, passaram a ser valorizados:
a) o culto preciosista da forma e o recurso aos padrões da estética clássica.
b) a expressão espontânea dos sentimentos e o idealismo nacionalista.
c) os obscuros jogos de palavras e o sentimento de culpa religioso.
d) a expressão em versos brancos e os detalhes concretos da vida cotidiana.
e) as paisagens de natureza melancólica e o estilo grave das confissões.

Identifique os movimentos literários a que pertencem as seguintes estrofes, na ordem em que elas se apresentam.

I- "A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
E o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor."

II- "Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpia dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."

III- "Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:"

IV- "Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro,
Fui honrado Pastor da tua aldeia;
Vestia finas lãs, e tinha sempre
A minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal, e manso gado,
Nem tenho, a que me encoste, um só cajado."

V- "Torce, aprimora, alteia, lima
            A frase, e enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
            Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
            Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
            Sem um defeito."

a) Romantismo, Simbolismo, Barroco, Arcadismo e Parnasianismo.
b) Modernismo, Parnasianismo, Barroco, Arcadismo e Romantismo.
c) Romantismo, Modernismo, Arcadismo, Barroco e Simbolismo.
d) Simbolismo, Modernismo, Arcadismo, Parnasianismo e Barroco.
e) Modernismo, Simbolismo, Barroco, Parnasianismo e Arcadismo.


"É um velho paredão, todo gretado,
Roto e negro, a que o tempo uma oferenda
Deixou num cacto em flor ensangüentado
E num pouco de musgo em cada fenda.

Serve há muito de encerro a uma vivenda;
Protegê-la e guardá-la é seu cuidado;
Talvez consigo esta missão compreenda,
Sempre em seu posto, firme e alevantado.

Horas mortas, a lua o véu desata,
E em cheio brilha; a solidão se estrela
Toda de um vago cintilar de prata;

E o velho muro, alta a parede nua,
Olha em redor, espreita a sombra, e vela
Entre os beijos e lágrimas da lua."

O soneto acima apresenta claras características:
a) barrocas.
b) românticas.
c) parnasianas.
d) simbolistas.
e) pré-modernistas.


Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial.

Esses poetas dedicavam-se, muitas vezes, a escrever sobre um "vaso grego", uma "taça de coral", uma "brilhante copa".  Ao mesmo tempo em que admiravam os "áureos relevos", o "fino lavor" e o som "canoro e doce" desses objetos, viam-se a si mesmos como artesãos do verso, verdadeiros "ourives" da língua.  Essa tendência preciosista teve em ............. e ............. dois dos principais representantes, dentro do estilo ........... .

a) Castro Alves e Gonçalves Dias - romântico
b) Olavo Bilac e Alberto de Oliveira - parnasiano
c) Gonçalves Dias e Olavo Bilac - romântico
d) Alberto de Oliveira e Castro Alves - parnasiano
e) Gonçalves Dias e Alberto de Oliveira – parnasiano

Não caracteriza a estética parnasiana:
a) a oposição aos românticos e distanciamento das preocupações sociais dos realistas.
b) a objetividade advinda do espírito cientificista, e o culto da forma.
c) a obsessão pelo adorno e contenção lírica.
d) a perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta aos motivos clássicos.
e) a exaltação do "eu" e fuga da realidade presente.


AS POMBAS

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam
E eles aos corações não voltam mais...
                        (Raimundo Correia)

Pelo estilo do poema e seu autor, não é difícil saber que se trata de uma obra filiada ao:
a) arcadismo
b) romantismo
c) parnasianismo
d) simbolismo
e) modernismo

O texto foi criado na:
a) segunda metade do século XVIII
b) primeira metade do século XIX
c) segunda metade do século XIX
d) primeira metade do século XX
e) segunda metade do século XX


A estrutura ordenada do poema nos revela:
a) liberdade formal
b) rigorismo formal
c) abundância de versos alexandrinos
d) desprezo pela pontuação tradicional
e) linguagem coloquial

Este poema de Raimundo Correia espelham dois tipos de assunto: o .................. em que a natureza nos aparece com uma fidelidade absolutamente realista, sem interferência do poeta que apenas nos transporta para um quadro profundamente colorido e sonoro e o .................. , mostrando-nos o homem vencido pelo destino.
a) árcade / socialista
b) paisagista / coletivista
c) místico / filosófico
d) pastoril / marxista
e) descritivo / psicológico


Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Os versos anteriores contêm elementos típicos do estilo
a) parnasiano.
b) simbolista.
c) ultra-romântico.
d) pré-modernista.
e) bucólico.

Os parnasianos, na virada do século, notabilizaram-se por
a) elaborarem poemas de métrica rigorosa nos quais a impessoalidade do sujeito lírico permitia a perspectiva filosofante e a visada descritiva.
b) denunciarem o autoritarismo da República Velha e as más condições de vida da maioria da população dá cidade do Rio de Janeiro.
c) revelarem perícia na elaboração de poemas de quatro a seis versos cujos temas principais eram o amor não correspondido e as características da natureza nacional.
d) escreverem longos poemas narrativos em verso livre misturando mitos greco-latinos e o cotidiano das modernas metrópoles.
e) recusarem-se a participar da vida política no início da República e por retomarem a lírica religiosa de tradição renascentista e barroca.


Respostas - Pré-Modernismo


Pré-Modernismo

1) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.
d) a prática de um experimentalismo lingüístico radical.
e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.


2) Sobre a obra "Triste fim de Policarpo Quaresma", é INCORRETO afirmar que:
a) mantém em seqüência o plano ideológico romântico, tratado humoristicamente.
b) reflete a tendência da época pré-modernista de inconformismo e renovação.
c) expõe um cenário urbano, com tipos peculiares do cotidiano.
d) indica ruptura no plano estético, pois apresenta linguagem inovadora.
e) retrata a postura do autor de observador da realidade.




3) Inspirado no determinismo mais rígido, em moda no seu tempo, o autor procura mostrar que aqueles sertanejos não eram culpados como criminosos, mas que foram produto inevitável de um conjunto de fatores geográficos, raciais e históricos. Nada mais natural que se unissem em torno de seu profeta e por ele morressem, defendendo casa a casa o estranho arraial.

O trecho anterior está-se referindo à obra que consagrou
a) Olavo Bilac.
b) Euclides da Cunha.
c) Lima Barreto.
d) Augusto dos Anjos.
e) Raul Pompéia.


4) TEXTO 1

"... Como se sabia, o supremo pavor dos sertanejos era morrer a ferro frio, não pelo temor da morte senão pelas suas conseqüências, porque acreditavam que, por tal forma, não se lhes salvaria a alma. Exploravam esta superstição ingênua. Prometiam-lhes não raro a esmola de um tiro, à custa de revelações. Raros as faziam. Na maioria emudeciam, estóicos, inquebráveis - defrontando a perdição eterna. Exigiam-lhes vivas à República."

TEXTO 2

" - Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede. (...) Convém que nós não deixemos morrer as nossas tradições, os usos genuinamente nacionais."

Após a leitura atenta dos textos 1 e 2, analise as afirmativas a seguir:

1) Ambos pertencem a obras pré-modernistas, pois refletem temáticas nacionalistas e contemporâneas aos autores, mas com um viés crítico e exaltador.
2) O texto 1 é um trecho d' "Os Sertões", obra em que Euclides da Cunha descortina o interior do Brasil, traçando um retrato do Arraial de Canudos e do líder místico Antônio Conselheiro.
3) O texto 2 é parte do romance "Recordações do Escrivão Isaías Caminha", de Lima Barreto, de estilo simples e despojado. Seus cenários são os subúrbios cariocas, onde denunciava preconceitos sociais.

Está(ão) correta(s):
a) 2 apenas
b) 1, 2 e 3
c) 2 e 3 apenas
d) 1 e 3 apenas
e) 1 apenas

5) Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) as afirmações abaixo sobre a obra "Os Sertões", de Euclides da Cunha.

(    ) No texto de Euclides da Cunha, misturam-se o requinte da linguagem, a intenção científica e o propósito jornalístico.
(    ) A obra euclideana insere-se numa tradição da literatura brasileira que tematiza o povoamento do sertão, iniciada ainda no Romantismo com Bernardo Guimarães.
(    ) Euclides da Cunha escreveu "Os Sertões" com base nas reportagens que realizou como correspondente do jornal "O Estado de São Paulo".
(    ) Antônio Conselheiro é uma personagem fictícia criada pelo imaginário do autor.
(    ) O episódio de Canudos, retratado no texto de Euclides da Cunha, faz parte dos movimentos de protesto surgidos logo após a proclamação da Independência do Brasil.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V- F- V- F- F
b) V- V- V- F- F
c) F- F- V- V- F
d) F- V- F- F- V
e) V- V- F- F- F

6) Quando Pedro I lança aos ecos o seu grito histórico e o país desperta esturvinhado à crise de uma mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia e acocora-se, de novo.
            Pelo 13 de maio, mal esvoaça o florido decreto da Princesa e o negro exausto larga num uf! o cabo da enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, imagina e deixa que do velho mundo venha quem nele pegue de novo.
            A 15 de novembro troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal. O país bestifica-se ante o inopinado da mudança. O caboclo não dá pela coisa.
            Vem Floriano: estouram as granadas de Custódio; Gumercindo bate às portas de Roma; Incitatus derranca o país. O caboclo continua de cócoras, a modorrar...
            Nada o desperta. Nenhuma ferretoada o põe de pé. Social, como individualmente, em todos os atos da vida, Jeca antes de agir, acocora-se.

                        MONTEIRO LOBATO

É nesta crônica que Monteiro Lobato fotografa a imagem do caipira, apresentado como uma "raça intermediária", que perdeu o primitivismo do índio sem, no entanto, adquirir a força do colonizador. A crônica foi extraída do livro:
a) "Negrinha"
b) "O Macaco que se fez Homem"
c) "Urupês"
d) "O Presidente Negro"
e) "O Escândalo do Petróleo"

Respostas- Realismo/Naturalismo


Realismo/Naturalismo

1) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S)  com relação às obras "Menino de engenho", de José Lins do Rego e "O Ateneu", de Raul Pompéia.
(01) Em "Menino de engenho", o autor retrata a infância de Carlinhos, cuja mãe é morta pelo pai. A partir de tal episódio, o garoto é levado ao engenho do avô, onde convive com muitas mulheres, entre elas Tia Maria e Sinhazinha.
(02) Sérgio, em "O Ateneu", e  Carlinhos, em "Menino de engenho", são  personagens  que, em primeira pessoa, contam  suas  experiências  que envolvem também as primeiras descobertas a respeito do mundo dos adultos.
(04) O menino Carlinhos, embora também ingresse num internato, considera-se mais experiente que  Sérgio, pois já era, segundo ele próprio, um "menino perdido".
(08) Pode-se afirmar que há  uma  diferença  básica  entre  Sérgio e Carlinhos.  Enquanto  o primeiro, por viver em um meio urbano, já era conhecedor da  vida, o segundo conservava  a inocência de um menino criado na roça.
(16) Carlinhos, em "Menino de engenho", tinha o afeto, o carinho e a proteção de Tia Maria, um anjo, segundo ele.  Da mesma forma, Sérgio, em "O Ateneu", tinha o carinho de D. Ema.
(32) Em "O Ateneu", Aristarco é o narrador da história. Ele conta as peripécias de um grupo de jovens educados nos moldes tradicionais em um internato, longe das camadas sociais inferiores, nas quais reinam a maldade, a violência e o crime.
(64) As obras "Menino de engenho" e "O Ateneu" apresentam em comum, entre outros, os fatos de pertencerem ao mesmo período literário, retratarem o mesmo período histórico, priorizarem a análise psicológica das personagens e serem narrados em terceira pessoa.

Resultado da soma:


2) Eça de Queirós escreveu em 1901 o romance "A Cidade e as Serras". A primeira parte da narrativa acontece em Paris; a segunda, em Tormes, Portugal. Nessa obra, Eça se afasta do romance experimental naturalista; abandona, então, no dizer de Antônio Cândido, a crítica ao clero, à burguesia e à nobreza e dá apoio às novas camadas suscitadas pela indústria e vida moderna. Está mais próximo das estruturas portuguesas que tanto criticara. Assim, desse romance como um todo, não é correto afirmar que
a) desde o início, o narrador apresenta um ponto de vista firme, depreciando a civilização da cidade.
b) o personagem José Fernandes (Zé) relata a história do protagonista Jacinto de Tormes, valendo-se de sua própria experiência para indicar-lhe um caminho.
c) Jacinto sofre uma regeneração em contato estreito com a natureza, numa atitude de encantamento e lirismo e integra-se, por fim, na vida produtiva do campo.
d) o personagem protagonista se transforma, mas sente-se incompleto porque não consegue o amor de uma mulher e nem tem a possibilidade da constituição de um lar.
e) o protagonista, supercivilizado, detestava a vida do campo e amontoara em seu palácio, em Paris, os aparelhos tecnicamente mais sofisticados da época.




3) No início de "Quincas Borba", a personagem Rubião avalia sua trajetória, enquanto olha para o mar, para os morros, para o céu, da janela de sua casa, em Botafogo. Passara de .......... a capitalista ao .......... . Mas, no final do romance, o personagem acaba morrendo na miséria.

As lacunas podem ser correta e respectivamente preenchidas por:
a) jornalista  -  receber um prêmio
b) professor  -  receber uma herança
c) enfermeiro  -  se tornar comerciante
d) filósofo  -  investir em terras
e) enfermeiro  -  se casar com Sofia




4) Assinale a alternativa correta em relação a "Quincas Borba", de Machado de Assis.
a) O título do livro, como esclarece o narrador, refere-se ao filósofo Quincas Borba, criador do "Humanitismo".
b) Quincas Borba é apenas um interiorano milionário explorado por parasitas sociais como Palha e Camacho.
c) Rubião é objeto de disputa amorosa entre a bela Sofia e Dona Tonica, filha do major Siqueira.
d) Rubião, sócio do marido de Sofia, comete adultério com ela sem levantar suspeitas.
e) Ao fugir do hospital, Rubião retorna com Quincas Borba à sua cidade de origem, Barbacena.



5) Para responder às questões, leia o trecho de "O cortiço", de Aluísio Azevedo.

            "Jerônimo bebeu um bom trago de parati, mudou de roupa e deitou-se na cama de Rita.
            - Vem pra cá... disse, um pouco rouco.
            - Espera! espera! O café está quase pronto!
            E ela só foi ter com ele, levando-lhe a chávena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores (...)
            Depois, atirou fora a saia e, só de camisa, lançou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo doído.
            Jerônimo, ao senti-la inteira nos seus braços; ao sentir na sua pele a carne quente daquela brasileira; ao sentir inundar-se o rosto e as espáduas, num eflúvio de baunilha e cumaru, a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo e peludo colo de cavouqueiro os dois globos túmidos e macios, e nas suas coxas as coxas dela; sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa, queimando-lhe as próprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluços irreprimíveis, que lhe sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema, sobrenatural, uma agonia de anjos violentados por diabos, entre a vermelhidão cruenta das labaredas do inferno."


A atração inicial entre Rita e Jerônimo não acontece na cena descrita. Segundo o texto, pode-se inferir que ela se relaciona com
a) uma dose de parati.
b) a cama de Rita.
c) uma xícara de café.
d) o perfume de Rita.
e) o olhar de Rita.

6) O enlace amoroso, seja na perspectiva de Rita, seja na de Jerônimo,
a) é sublimado, o que lhe confere caráter grotesco na obra.
b) é desejado com intensidade e lhes aguça os ânimos.
c) reproduz certo incômodo pelo tom de ritual que impõe.
d) representa-lhes o pecado e a degradação como pessoa.
e) é de sensualidade suave, pela não explicitação do ato.



7) O romance "A Cidade e as Serras", de Eça de Queirós, publicado em 1901, é desenvolvimento de um conto chamado "Civilização". Do romance como um todo pode afirmar-se que
a) apresenta um narrador que se recorda de uma viagem que fizera havia algum tempo ao Oriente Médio, à Terra Santa, de onde deveria trazer uma relíquia para uma tia velha, beata e rica.
b) caracteriza uma narrativa em que se analisam os mecanismos do casamento e o comportamento da pequena burguesia da cidade de Lisboa.
c) apresenta uma personagem que detesta inicialmente a vida do campo, aderindo ao desenvolvimento tecnológico da cidade, mas que ao final regressa à vida campesina e a transforma com a aplicação de seus conhecimentos técnicos e científicos.
d) revela narrativa cujo enredo envolve a vida devota da província e o celibato clerical e caracteriza a situação de decadência e alienação de Leiria, tomando-a como espelho da marginalização de todo o país com relação ao contexto europeu.
e) se desenvolve em duas linhas de ação: uma marcada por amores incestuosos; outra voltada para a análise da vida da alta burguesia lisboeta.


8) Assinale a alternativa em que, no trecho transcrito de "Quincas Borba", se faz referência a Rubião.
a) Assim, o contato de Sofia era para ele como a prosternação de uma devota. Não se admirava de nada. Se um dia acordasse imperador, só se admiraria da demora do ministério em vir cumprimentá-lo.
b) Desde o paço imperial, vinha gesticulando e falando a alguém que supunha trazer pelo braço, e era a Imperatriz. Eugênia ou Sofia? Ambas em uma só criatura, ou antes a segunda com o nome da primeira.
c) Era o caso do nosso homem. Tinha o aspecto baralhado à primeira vista; mas atentando bem, por mais opostos que fossem os matizes, lá se achava a unidade moral da pessoa.
d) Formado em direito em 1844, pela Faculdade do Recife, voltara para a província natal, onde começou a advogar; mas a advocacia era um pretexto.


Com base na leitura de "Quincas Borba", de Machado de Assis, é CORRETO afirmar que o narrador do romance
a) adere ao ponto de vista do filósofo, pois professa a teoria do Humanitismo.
b) apela à sentimentalidade do leitor no último capítulo, em que narra a morte de Rubião.
c) apresenta os acontecimentos na mesma ordem em que estes se deram no tempo.
d) narra a história em terceira pessoa, não participando das ações como personagem.


9) "Já a tarde caía quando recolhemos muito lentamente. E toda essa adorável paz do céu, realmente celestial, e dos campos, onde cada folhinha conservava uma quietação contemplativa, na luz docemente desmaiada, pousando sobre as coisas com um liso e leve afago, penetrava tão profundamente Jacinto, que eu o senti, no silêncio em que caíramos, suspirar de puro alívio.
Depois, muito gravemente:
- Tu dizes que na Natureza não há pensamento...
- Outra vez! Olha que maçada! Eu...
- Mas é por estar nela suprimido o pensamento que lhe está poupado o sofrimento! Nós, desgraçados, não podemos suprimir o pensamento, mas certamente o podemos disciplinar e impedir que ele se estonteie e se esfalfe, como na fornalha das cidades, ideando gozos que nunca se realizam, aspirando a certezas que nunca se atingem!... E é o que aconselham estas colinas e estas árvores à nossa alma, que vela e se agita - que viva na paz de um sonho vago e nada apeteça, nada tema, contra nada se insurja, e deixe o mundo rolar, não esperando dele senão um rumor de harmonia, que a embale e lhe favoreça o dormir dentro da mão de Deus. Hem, não te parece, Zé Fernandes?
- Talvez. Mas é necessário então viver num mosteiro, com o temperamento de S. Bruno, ou ter cento e quarenta contos de renda e o desplante de certos Jacintos..."
            Eça de Queirós, "A cidade e as serras".

Considerado no contexto de "A cidade e as serras", o diálogo presente no excerto revela que, nesse romance de Eça de Queirós, o elogio da natureza e da vida rural
a) indica que o escritor, em sua última fase, abandonara o Realismo em favor do Naturalismo, privilegiando, de certo modo, a observação da natureza em detrimento da crítica social.
b) demonstra que a consciência ecológica do escritor já era desenvolvida o bastante para fazê-lo rejeitar, ao longo de toda a narrativa, as intervenções humanas no meio natural.
c) guarda aspectos conservadores, predominantemente voltados para a estabilidade social, embora o escritor mantenha, em certa medida, a prática da ironia que o caracteriza.
d) serve de pretexto para que o escritor critique, sob certos aspectos, os efeitos da revolução industrial e da urbanização acelerada que se haviam processado em Portugal nos primeiros anos do Século XIX.
e) veicula uma sátira radical da religião, embora o escritor simule conservar, até certo ponto, a veneração pela Igreja Católica que manifestara em seus primeiros romances.

Respostas das questões sobre Parnasianismo/Simbolismo

Parnasianismo/Simbolismo

1) Sobre a poesia parnasiana, assinale o que for correto.
(01) Acima de todas as características do Parnasianismo ressalta o primado da emoção e a aparente rejeição do racionalismo.
(02) A poesia parnasiana é um ritual mágico, uma combinação alquímica de palavras de outras dimensões de existência, uma simbiose do som e do sentido.
(04) A ênfase formalista do estilo parnasiano levou-o a desprezar o assunto em função da supervalorização da técnica e, portanto, separar o sujeito criador de seu objeto criado.
(08) A ênfase na característica formal induz a associação mais analógica do que lógica entre as palavras e permite a criação do poema-prosa.
(16) O fazer artístico fundamenta-se na "transpiração", ou seja, no cuidado com a linguagem, a forma, a lapidação e o refinamento do texto.

Resultado da soma:

2) Leia o poema a seguir e responda às questões a ele pertinentes.

Vê-se no espelho; e vê, pela janela,
A dolorosa angústia vespertina:
Pálido morre o sol... Mas, ai! Termina
Outra tarde mais triste, dentro dela;

Outra queda mais funda lhe revela
O aço feroz, e o horror de outra ruína;
Rouba-lhe a idade, pérfida e assassina,
Mais do que a vida, o orgulho de ser bela!

Fios de prata... Rugas. O desgosto
Enche-a de sombras, como a sufocá-la.
Numa noite que aí vem... E no seu rosto

Uma lágrima trêmula resvala,
Trêmula, a cintilar, - como, ao sol posto,
Uma primeira estrela em céu de opala.

            Olavo Bilac. "Poesias". São Paulo: Martin Claret, 2004

O título que melhor abrange o sentido do poema é:
a) O nascer do dia.
b) O pôr-do-sol.
c) O crepúsculo da beleza.
d) Uma lágrima de dor.
e) A solidão.

3) As questões a seguir referem-se ao texto adiante. Analise-as e assinale, para cada uma, a alternativa incorreta.

                    Litania dos Pobres

                                         Cruz e Souza


01        Os miseráveis, os rotos
            São as flores dos esgotos

            São espectros implacáveis
            Os rotos, os miseráveis.

05        São prantos negros de furnas
            Caladas, mudas, soturnas.

            São os grandes visionários
            Dos abismos tumultuários.   

            As sombras das sombras mortas,
10        Cegos, a tatear nas portas.

            Procurando os céus, aflitos
            E varando os céus de gritos.

            Inúteis, cansados braços
            Mãos inquietas, estendidas.

a) O tema poderia ser tomado pelo Realismo.
b) Para pertencer ao Naturalismo há comiseração demais no poema.
c) Para ser de Castro Alves falta arrebatamento, revolta.
d) A religiosidade ('procurando o céu' - v.11) condiz mais com o Modernismo que com o Simbolismo.
e) O título "Litania" (ladainha) revela o lado místico.


4) Leia com atenção as, duas estrofes a seguir e compare-as quanto ao conteúdo e à forma.
                                               I
"Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo que a ninguém fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego."
                                               II
"Do Sonho as mais azuis diafaneidades
que fuljam, que na Estrofe se levantem
e as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem."

Comparando as duas estrofes, conclui-se que:
a) I é parnasiana e II, simbolista.
b) I é simbolista e II, romântica.
c) I é árcade e II, parnasiana.
d) I e II são parnasianas.
e) I e II são simbolistas.